quinta-feira, agosto 05, 2010

Um dia de folga...

As expectativas criadas são  enormes.
Listas de coisas para fazer, gerir o tempo para descansar, fingir um espírito de férias, que não vou ter.

Acordo tarde mas já começa a ser hábito.
Pequeno-almoço de dieta em frente ao PC: emails, Facebook, blogues.
Tento actualizar a minha informação mental, de preferência retirando do processo algo útil para as tarefas que tenho para realizar.
Hoje não vi jornais, apenas blogues.
Não há diferenças desde ontem: PGR, Freeport, Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, política, política e mais política...

Já que estou numa de blogues vou acabar de compor o meu.
A aparência já lha mudei há dias. Falta acrescentar informação. O CV parece-me essencial!
Há tanto tempo criei o hábito de procurar trabalho (menos precário de preferência...) que já tudo na minha vida passa por essa perspectiva.
Um novo curso, um workshop, um contacto e inúmeras outras formas de procurar o que não chega.

Embora muito boa gente pense que sou pro desta coisa de blogues e Internet, a realidade anda um pouco longe dessas crenças e a desatenção ajuda a complicar.
O princípio está correcto: criar a página; introduzir o link para as várias subpáginas...
RAIOS!!!! Porque é que não funciona?

Toca o telefone e o pai pergunta se pode vir. "Claro que sim!"
"Que se passará?", penso escrutinando a memória em busca de alguma responsabilidade que me tenha escapado... Não encontro.
Rapidamente o mistério se solve no pequeno acerto de contas que havia a fazer e eu recebo o que me era devido e de que já me tinha esquecido.

Conto algumas novidades profissionais, mas mal comecei já me arrependo de revelar pois sei que, daqui até que tudo se concretize, todos os telefonemas e oportunidades inquirirão sobre as novidades e o desenvolvimento do processo... que não depende de mim.

Não é fácil encontrar o equilíbrio entre justificar a falta de tempo sem revelar de mais.
Já disse!

Volto ao meu sossego mental que o Oceano Pacífico na web rádio ajuda a manter.

Finalmente descubro o meu erro tão óbvio!! e tudo começar a funcionar no blogue.
Partilho o endereço no Facebook esperando que não sejam mauzinhos nas críticas.
Comentários de imediato.
"Não tens escrito com assiduidade e pelo que li é pena..."
Pois, bem sei, mas eu tento...

Acrescentados mais uns blogues à lista já é hora da A Armadilha.

Toca o telemóvel.
Um telefonema de trabalho que eu já esperava.
Alinhavam-se ideias; combina-se uma primeira reunião e fico com os meus pensamentos.
Surgem dúvidas sobre se devo ou não avançar. Serei capaz? Será legítimo? Se não for eu a fazê-lo alguém o fará. Isso é certo!
Mas não adianta sofrer por antecipação. Espero e depois logo decido e pergunto o que houver a perguntar para esclarecer as minhas dúvidas.

14h33 - A Armadilha. Ao contrário do normal começa dois minutos antes da hora.
Desligo da (minha) realidade e concentro-me nesta ficção ligeira.

Mas a máquina não pára e começo a ter fome.
Pausa.
Este sistema de poder parar a TV como se fosse um vídeo ou um DVD é fantástico!

Um pouco de pepino de molho, algumas folhas de alface, uma latinha de milho, um queijo fresco e um tomate. Tudo bem temperado com azeite, vinagre balsâmico e orégãos secos.
Afinal faltavam apenas poucos minutos para terminar.

SIC Notícias, 16h, e apanho o resumo que à hora de almoço não ouvi.
Duas pequenas laranjas frescas, três quadradinhos de chocolate preto e apodera-se de mim uma moleza difícil.
A lista de tarefas converte-se em culpa, mas a vontade vence.
Mais um email que não pode deixar de seguir hoje... e sesta.
Telemóvel no silêncio e até já.

Uma hora ou duas depois acordo com a sensação de alguém ter tocado à campainha.
Volta-me à ideia a lista imensa de tarefas e a sensação de não ter feito nenhuma delas, embora mentalmente sinta alguma organização acrescida.

Transfiro a lista de tarefas para o papel arrumando-a por sectores de actividade.
De caminho acrescento mais umas actividades em alguns pontos.
Mais um email e ofereço colaboração para mais umas quantas tarefas. Inscrevem-se na minha área de formação, é certo, mas já tenho tantos tópicos arrolados...
Em Setembro mais uma reunião. Uma segunda-feira. Poderei ir? Provavelmente não...
Recapitulo a lista, agora escrita, das tarefas que me agendei.

Vejo mais um email. São as indicações dos portáteis que pedi ao mano para me procurar.
No fundo só há três modelos mas várias opções de locais de compra por cada um.
Com isto se passa mais meia-hora ou mais.
E a prenda?!?!?

Amanhã o outro mano faz anos de casado. Bodas de cristal!
Outro dilema.
É tudo tão giro... e tão caro!!!
Será cristal mas terei de ir ao Colombo pois lá sei que há o que procuro.
Entre pesquisas de produtos, de preços adequados à minha carteira, de centros comerciais com lojas da especialidade e a decisão de ter de ir mesmo àquele que não queria ir já se passaram 45 minutos ou uma hora. Talvez mais.

Telefone outra vez!
Mãe.
Como eu temia começa o interrogatório sobre as mudanças profissionais que a contragosto tive de revelar parcialmente.
Só não acerto no totoloto... a informação não foi passada correctamente. Quem conta um conto acrescenta sempre um ponto. Ou vários no caso...

Respondo com rispidez na tentativa de encurtar o inquérito.
Mais lamento menos queixa termina o telefonema.
Volto ao que fazia. Mas o que é que eu fazia afinal?

É tarde. Tenho fome e ainda não fiz a sopa.
Ligo a TV. Jornal da Noite na recta final. O botão-maravilha deixa-me voltar às 20h.

Incêndios e mais incêndios. Reportagens, entrevistas a populares, as queixas de todos os anos: "Não houve bombeiros que nos viessem ajudar!"
Coitados dos bombeiros, nestas alturas nem clonados chegavam para os pedidos.
Pausa na TV. Que sistema fantástico!!!

Preparo em alguns minutos os ingredientes para a minha sopa saudável.
Taça de tremoços e voltamos ao play da TV.
Continua a fita das notícias, mas na minha cabeça roda-se o filme paralelo do dia de amanhã. Cabeleireiro, manicura, compras no Colombo, ir para a revista, que roupa vestir para o jantar (a blusa que queria não está lavada... bolas!!! ), levar o carro para o Lumiar ou para o Saldanha...
Tudo se vai alinhando.

Mais um telefonema.
"Voltámos.
Até amanhã." Pouca conversa... A rispidez de há bocado funcionou agora. Valha-nos isso!
Acabam as notícias. A sopa já está pronta e a arrefecer para poder ser comida.
Volto às tarefas.
A mais urgente é, sem dúvida, o programa de Língua Portuguesa que tenho de fazer para a formação de 35/36h.
Reúno alguns livros e volto para a sala.

Começa a cheirar a queimado lá de fora. O vento atira as portas e fecha-as.
Um breve zapping para concluir que não há nada de interesse em dezenas de canais.
Nada como trabalhar.
O silêncio incomoda. Ponho um Sinatra a tocar.
Caneta e papel e estou pronta a a organizar a estratégia lectiva.
Mas não é isso que sai.
Subitamente apercebo-me de que mais um dia de folga passou e o que produzi foi pouquíssimo.
Passo isso para o papel. A melhor forma de organizar as ideias.
Vou escrevendo e pensando que me apetece ficar a ouvir esta música suave ou ir dormir.

Nenhum item riscado da lista; mentalmente pelo menos estou organizadíssima!!!!

Assim se passa o tempo.
Organizo, planeio, escrutino e preparo uma e outra vez.
Mas a lista só cresce...

Até amanhã